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Sara Antunes (SP) e Carolina Virguez (RJ/COL)
CORPOS OPACOS
Opaque Bodies
15/08/20 18:00
50 min.
12 anos
Sinopse Synopsis sinopsis
As freiras coroadas da Colômbia, que até o século XIX experimentaram a clausura absoluta no mosteiro de Santa Clara, em Bogotá, inspiraram as atrizes Carolina Virgüez, colombiana que reside no Brasil há 38 anos, e Sara Antunes a idealizar e criar a peça Corpos Opacos. Para assinar a direção, convidaram a diretora Yara de Novaes.
Fortemente marcada por imagens e pela performatividade, a peça investiga o repertório de retratos póstumos de las monjas coronadas que mantiveram em vida seus corpos velados ao olhar do mundo exterior para, depois de mortas, serem retratadas por pintores. As imagens destas mulheres religiosas exemplares podem ser vistas até hoje em diversos museus na Colômbia: corpos opacos, adornados com coroas de flores e vestidos com mortalhas bordadas desde muito jovens pelas próprias freiras para o grande dia da consumação do seu casamento místico com Cristo: o dia da morte.
Inspiradas por essa iconografia marcada pela prática da reclusão e da disciplina religiosa, as idealizadoras e criadoras querem desvelar poeticamente a “potência incendiária dessas carnes, dos segredos que guardam o erotismo e a transgressão de corpos vigiados e escondidos”, destaca Carolina Virgüez. ‘Trata-se de posicionar no teatro corpos que em vida não foram vistos, nem ouvidos e pesquisar de que modo é possível conceber práticas que restituam essas corporalidades”.
Corpos jamais vistos em vida que, no dia da morte, são finalmente apreciados, observados e pintados por homens trazem alguns questionamentos. Qual é o sentido de só serem olhados quando mortos em uma espécie de nascimento às avessas? O que pensar da linguagem silenciosa (e silenciada) das visões, transes e êxtases místicos inscrita na matéria desses corpos? “É no interior desta perturbada matéria opaca, entre a submissão da disciplina ascética e a transgressão erótica do êxtase religioso, que se situa esse trabalho: ecoando desejos inauditos e fabulando outras hipóteses, roteiros e trajetórias para eles”, observa Sara.
The crowned nuns of Colombia, who until the 19th century experienced absolute closure in the monastery of Santa Clara, in Bogotá, inspired actresses Carolina Virgüez, a Colombian who has lived in Brazil for 38 years, and Sara Antunes to idealize and create the play Corpos Opacos. To direct it, they invited director Yara de Novaes.
Strongly marked by images and performativity, the piece investigates the repertoire of posthumous portraits of the crowned nuns who kept their veiled bodies alive while looking at the outside world and, after being killed, were portrayed by painters. The images of these exemplary religious women can be seen today in several museums in Colombia: opaque bodies, adorned with wreaths of flowers and dressed in shrouds embroidered by the nuns from a very young age for the great day of the consummation of their mystical marriage with Christ: the death's Day.
Strongly marked by images and performativity, the piece investigates the repertoire of posthumous portraits of the crowned nuns who kept their veiled bodies alive while looking at the outside world and, after being killed, were portrayed by painters. The images of these exemplary religious women can be seen today in several museums in Colombia: opaque bodies, adorned with wreaths of flowers and dressed in shrouds embroidered by the nuns from a very young age for the great day of the consummation of their mystical marriage with Christ: the death's Day.
Ficha Técnica Credits
Idealização, dramaturgia e atuação: Carolina Virgüez e Sara Antunes
Direção: Yara de Novaes
Direção de arte: Márcio Medina
Direção de movimento: Yara de Novaes e Ana Paula López.
Luz: Wagner Antônio
Direção musical: Natalia Mallo
Assistente de Direção: Ana Paula Lopez
Colaboração artística: Marco André Nunes e Pedro Kosovski
Preparação Corporal: Ana Paula Lopez e Mary Kunha
Produção: Gabi Gonçalves - Corpo Rastreado
Estagiária (RJ): Ana Paula Rolon